“Aproveitar e assumir o lugar de fala como produtor do conhecimento” (Eduardo Winter, Seminário: Turma Especial de Doutorado em Direitos Humanos para profissionais em Segurança Pública, Goiânia, IFG, 23 de julho de 2020).
Na manhã de 23 de julho de 2020, ocorreu na forma de um maravilhoso Seminário o início das atividades do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (PPGIDH), inserido no Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos (NDH), da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde teve e tem participação destacada a Doutora Tatiane Ferreira Vilarinho, que é Associada Fundadora do IBSP.
O Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (PPGIDH), que é Coordenado pela professora doutora Helena Esser dos Reis e tem como vice-Coordenador o professor doutor João da Cruz Gonçalves Neto, é vinculado ao Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos (NDH) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Além do pós-doutorado, são oferecidas vagas, anualmente e através de editais, de discentes regulares e especiais para os cursos de mestrado e doutorado. Com nota CAPES 4, o Programa foi criado em 2011 e possui três linhas de pesquisas: fundamentos teóricos dos direitos humanos; práticas e representações sociais de promoção e defesa de direitos humanos; e alteridade, estigma e educação em direitos humanos.
Aberto o espaço para questionamentos a partir do painel apresentado pelo professor doutor Eduardo Winter, da CAPES, o IBSP formulou a seguinte pergunta a sua reflexão e parecer:
Como você vê a hipótese de que “segurança pública”, não se mostra reconhecida na academia como “área do saber” ou mesmo uma ciência e, quando muito como técnica, enquanto os profissionais que atuam no setor são vistos como “objeto” de pesquisa coisificados e não como sujeitos produtores de saber científico e difusores de um olhar próprio do problema? Estaríamos diante de uma “mera atividade” e não de uma ciência? Sem for assim, a que “área do saber” estaria era mais adequadamente ligada?
(O questionamento partiu das reflexões de Jakc R. GREENE [GREENE, Jack R. Administração do Trabalho Policial: Questões e Análises. São Paulo: EdUSP, 2002]).
A professora Helena Esses dos Reis e o professor Ricardo Barbosa de Lima deram ênfase ao questionamento e Eduardo Winter destinou bastante atenção à pergunta, destacando em sua resposta que “segurança pública é sim área de conhecimento”, faltando responder ao desafio de se estabelecer “o que a constitui” e que “sim, na maioria das vezes o profissional de segurança pública é objeto de estudo, coisificado”, e concluiu que “é essencial” que se tomem atitudes para mudar esse cenário de forma a “deixar de ser objeto”.
Com a resposta de Eduardo Winter, que conta com experiência de mais de 7 anos na CAPES como coordenador adjunto de mestrados profissionais da área de avaliação interdisciplinar da CAPES, resta evidente o papel de protagonismo tanto do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (PPGIDH) promovido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), quanto o desafio do Instituto Brasileiro de Segurança Pública (IBSP) e seus mestres e doutores na construção dessa “nova ciência”.
Acima de tudo, Winter recomenda ser preciso que os profissionais de segurança pública saibam “aproveitar e assumir o lugar de fala como produtor do conhecimento“.
Parabéns à UFG, mentores e atores do seu Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (PPGIDH), ao professor Eduardo Winter e, especialmente, ao seu corpo discente, que começa a “aproveitar e assumir o lugar de fala como produtor do conhecimento”.
Azor Lopes da Silva Júnior
Presidente do IBSP
redação
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