Segurança é item de necessidade básica do ser humano, direito fundamental – individual, coletivo e social, na dicção dos artigos 5º e 6º da Constituição da República brasileira – e, ainda assim, segurança pública é uma das políticas públicas mais relegadas pelos governos, sempre porémocupando destaque na mídia, pela via de abordagens factuais, baseadas em “histórias individuais”, geralmente tratadas com superficialidade.
Nessa realidade social, a academia é tocada por uma demanda e dela despertam pesquisadores e “especialistas”, porém nem sempre dotados de expertise científica para uma completa imersão num tema tão complexo, levando-os, não raras vezes, a observar o problema a partir da fresta aberta pela sua particular área do conhecimento científico, sem que ousem abrir a janela por completo e – mais gravemente – sem que tenham em conta que, mesmo que ela fosse aberta, ainda haveria a limitação do horizonte, somente superado pela ação de Galileu manejando o telescópio (Hanna Arendt, 1958).
Por vezes não se percebe que a ciência busca as verdades ao mesmo tempo em que o pensar científico refuta verdades absolutas e incontestáveis; sob outro ângulo, é visto um cenário onde os profissionais desse setor (segurança pública) pouco produzem de pensamento científico segundo os padrões e premissas estabelecidos pela academia e pelos órgãos públicos de fomento e regulação da pesquisa no Brasil.
No mais das vezes esses profissionais e os grupos que compõe são sujeitos de pesquisas e seu saber e práticas são objeto; ocasionalmente alguns profissionais desse setor se lançam nas comunidades acadêmicas como pesquisadores e, por vezes, são cooptados por correntes ideologicamente, inclinadas a um olhar crítico baseado em dogmas, ou simplesmente se põe como apresentadores de textos puramente descritivos do universo onde militam profissionalmente, na medida em que descortinam à comunidade acadêmica o ethos e a práxis dos atores engajados nas agências governamentais de segurança pública.
É nesse cenário que, em 19 de outubro de 2017, um grupo de pesquisadores doutores cria o Instituto Brasileiro de Segurança Pública (IBSP), uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, de âmbito nacional, apartidária, constituída por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, predominantemente egressos de programas de doutorado e mestrado acadêmicos, voltados ao desenvolvimento de atividades de pesquisa, extensão e ensino dirigidas ou relacionadas às políticas públicas na área de segurança, justiça criminal, gestão de pessoas, processos, conhecimento e informações ligados à ordem pública, à pacificação social e à proteção do meio ambiente.
Instituído com a missão de “oferecer à sociedade civil e à comunidade acadêmica produção científica qualificada”, sob os princípios e valores de rigor científico, isenção ideológica e liberdade intelectual, o IBSP almeja consolidar-se nacionalmente como referência acadêmica, na discussão e construção de saberes sobre segurança pública, pela produção de conhecimento marcado por elevada qualidade acadêmica, extremo rigor científico, pragmatismo e relevância de interesse público.
O diferencial do IBSP é o fato de adotar a etnografia e o empirismo científico como principais metodologias para sua produção científica, isso sem abandono do saber teórico, porém com o compromisso de isenção ideológica.
Esse compromisso extrapola o plano utópico, na medida em que seus associados pesquisadores ao mesmo tempo e dialeticamente habitam, no plano nacional, as comunidades acadêmica e da segurança pública. O pensar científico é plasmado para além da especulação e da experimentação: brota da vivência e da reflexão.
Se você estiver interessado em se associar ao IBSP, veja as condições estabelecidas por nosso Estatuto Social (disponível neste Website) e nos envie uma mensagem pelo Link “Fale Conosco”.
Prof. Dr. Azor Lopes da Silva Júnior, Presidente do IBSP
http://lattes.cnpq.br/6088271460892546
https://orcid.org/0000-0002-6340-6636