CIÊNCIAS POLICIAIS – PESQUISADORES IBSP LANÇAM OBRA NO ESPAÇO EUROPEU

No centro das comemorações alusivas aos 40 anos das Ciências Policiais em Portugal, nação que faz parte do Espaço Europeu, com o fomento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), órgão do Ministério da Educação e Ciência de Portugal, é publicada a obra “CIÊNCIAS POLICIAIS: CONCEITO, OBJETO E MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA” (ISBN 978-972-8630-32-4), que inaugura uma duradoura parceria acadêmica entre o Instituto Brasileiro de Segurança Pública (IBSP) e o Centro de Investigações (ICPOL), do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI) da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Portugal. A Obra é lançada na FEIRA DO LIVRO LISBOA 2022 , que acontece de 25 de agosto a 11 de setembro. CONFIRA AQUI

Os autores são Azor Lopes da Silva Júnior (IBSP-PMESP), Edson Benedito Rondon Filho (IBSP-PMMT), Wilquerson Felizardo Sandes (IBSP-PMMT), João Batista da Silva (IBSP-PMRN) e Paulo Jorge Valente Gomes (IBSP-PSP).

Vale destaque às palavras gravadas na contracapa da Obra em sua 1ª edição (Portugal):

O predicado científico e a acuidade, mérito e atualidade da investigação ora confluídas nessa Obra, fortificam os egrégios laços fraternais entre Portugal e Brasil pela interface do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna e do Instituto Brasileiro de Segurança Pública (IBSP), enquanto corolário das memorações que brunem, em 2022, os 40 anos do despontar das Ciências Policiais em Portugal. Esta Obra assume, nada mais, nada menos, como uma evocação na procura de identidade e autonomia das Ciências Policiais progredindo sobre o método, metodologia e regularização da produção científica nesse domínio concreto e obsequiando um contructo de conhecimento teórico sistematizado.

A obra vem prefaciada pelo Professor Doutor Paulo Filipe de Sousa Figueiredo Machado, Coordenador Científico do ICPOL e foi coordenada por Roberto Narciso Andrade Fernandes, Diretor do Centro de Investigação (ICPOL), Paulo Filipe de Sousa Figueiredo Machado e Azor Lopes da Silva Júnior, do Instituto Brasileiro de Segurança Pública, estando já contratada e em vias de lançamento a sua 2ª edição aqui no Brasil (1ª edição brasileira).

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(capa da 1ª edição portuguesa, 2022)                                               (capa 1ª edição brasileira, 2022)

A edição brasileira, uma publicação do GRUPO EDITORIAL HN, será lançada no dia 20 de outubro de 2022, no Palácio Guanabara (RJ), durante o “CONGRESSO IBSP 5 ANOS” e estará disponível em mais de 100 livrarias, em todas as regiões do país, além da distribuição digital pelos mais prestigiados marketplaces (AmazonLojas AmericanasSubmarinoEstante Virtual e outros) vem com a apresentação de Roberto Narciso Andrade Fernandes, Diretor do Centro de Investigação (ICPOL), abrilhantando a Obra com as seguintes palavras:

O arrojo implícito ao enfrentamento das ciências policiais – máxime o empreendimento de circunspeção das suas estremas concetuais, dos seus objetos e dos métodos científicos que recruta – compreende, em si mesmo, uma notável instigação que nos transmove para as homéricas viagens quinhentistas, despoletadas por egrégias figuras que a História conserva de forma ímpar, como Cristóvão Colombo, Bartolomeu Dias, Américo Vespúcio, Balboa, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, dentre outros. Neste ensejo proemiar, não poderíamos deixar de sobrelevar a inolvidável expedição de circum-navegação encabeçada por Fernão de Magalhães entre latitudes desfocadas e mares nunca dantes navegados e, bem assim, os revelantíssimos desvendamentos que dela surtiram para a humanidade e que tão bem perduram até aos nossos dias.

Se considerarmos as ciências policiais como uma mise-en-scène poliédrica, compósita e transdisciplinar, onde a plasticidade e interpenetração dos vários saberes convocados arrogam uma preeminência e acuidade peculiar, cedo arrazoaremos que os feitores desta Obra inédita, na pessoa de Azor Lopes da Silva Júnior, Edson Benedito Rondon Filho, João Batista Da Silva, Paulo Jorge Valente Gomes e Wilquerson Felizardo Sandes, à semelhança dos magnos navegadores acima invocados, também se atreveram cursar plus ultra por campos do saber não cartografados e ignotos, circuitados por complexidades, sofisticações e controvérsias, na busca de benfeitorias para o avanço do conhecimento científico e, em especial, para uma edificação mais rigorosa das ciências policiais, em paulatina gestação.

A sua intrepidez resultou numa riquíssima contribuição para o escarvoar deste saber oxígono, coerente, estruturado, contrapontístico, consistente e assimilável em torno do Homem e da seguridade, no sentido mais amplo – incluindo a (poli)fenomenologia congénita – que, na composição desta singela apresentação, prodigalizaremos significar perfunctoriamente de ciências policiais. Neste conspecto, os obreiros conjugaram, inteligentemente e com o rigor intimado pela Academia, dissemelhantes abordagens, entendimentos, métodos e perspetivas de modo a lapidar e brunir, com grande maestria, o que designaremos por pentaedro das ciências policiais.

Conseguintemente, passamos a apresentar as cinco faces das ciências policiais sublimemente encenadas no presente labor, primeiramente estreadas por uma interessante incursão historiográfica pela identidade das ciências policiais na contextura europeia, desde os momentos iniciais da sua geração até à contemporaneidade, timonada por Paulo Jorge Valente Gomes. Nesta expedição retrospetiva, o autor desvela considerações fundamentais sobre a noção e o desenvolvimento da segurança, para seguidamente reincidir na génesis, avigoramento e reconhecimento das ciências policiais na ordenação científica contemporânea, sem olvidar uma menção às instituições policiais de formação e investigação, tidas como essenciais para a sua consolidação e expansibilidade.

Nesse seguimento, a teoria extrospetiva sobre o desenvolvimento inicial do ‘universo europeu’ das ciências policiais é pertinentemente substantificada pela explanação prosseguida por João Batista da Silva, o qual aprofunda a comensuração histórica e coetânea da evolução das ciências policiais no plano da experiência brasilense. Nesse intrincado exercício, o compositor anatomiza o contexto histórico atinente ao aparecimento e implementação das forças policiais no Brasil, destacando o surgimento das primeiras escolas de formação policial até perpassar pelas primeiras academias de polícia, em relação às quais lança a acutilante discussão sobre se as mesmas deverão ser consideradas nascentes de produção científica ou simples escolas técnicas e profissionalizantes. Compenetrado na polémica sobre esta ciência neófita pela Terra de Vera Cruz, o autor explora a anfibologia dos investigadores brasileiros das ciências policiais, patenteando as suas inumeráveis proveniências e contextos, aprontando uma análise sobre o momentum das ciências policiais no Brasil, elucidada pelos crescentes progressos propedêuticos envolvidos na sua sedimentação e circunscrição.

Terceiramente, Azor Lopes da Silva Júnior debruça-se numa densa cogitação sobre o arco da natureza, validade e objeto da teoria do conhecimento atinente ao campo das ciências policiais, complexo e pleomórfico, e, em concreto, à equação escrutinadora da sua identidade. Demarque-se que o desempenho epistemológico tem se consolidado como um constituinte determinante para a compreensão das possibilidades e balizamentos da(s) ciência(s), das questões atinentes à sua autenticidade e à faculdade de contribuírem para um mundo mais equitativo e tolerante, substruções estas que acrescentam sentido e valor ao objeto central da presente construção intelectual.

Instigados pela reflexão acerca das ciências policiais e quase como que perseguindo os mais requintados modelos universais sobre estratégia, concebidos por ilustres pensadores que deslizam desde Sun Tzu a Franklin Roosevelt, entre outros, os autores Edson Benedito Rondon Filho e Wilquerson Felizardo Sandes recomendam com grande amplitude, congruência e clarividência, as teorias metodológicas que podem ser justapostas na desenvolução de pesquisas aplicadas no escopo das ciências policiais. Acentuando os aspetos teóricos concernentes à metodologia, aos métodos e às modalidades de pesquisa, os obreiros, através de uma sapiente conjugação qualitativa e astuciosa aplicação das referências bibliográficas, incrustaram, de modo sistemático, a matéria e os sujeitos das relações em análise numa fórmula heterogénea, cuja justificação é inequivocamente evidenciada pelo saber científico. Esta exercitação é, continuamente, encarecida pelos juízos e ensaios dos autores, num movimento sólido, pertinaz e multidirecional, ora como investigadores, ora como polícias, com notada prevalência das metodologias das ciências humanas e sociais.

Alfim, a quinta e derradeira superfície ora estudada compõe o corolário de todo o arquétipo da presente Obra, meticulosa e conceptualmente edificado pelos seus criadores. Novamente pelo ângulo de Azor Lopes da Silva Júnior, é promovido o contestado debate sobre a normalização da pesquisa científica, a qual é dissecada e profusamente explicitada pelo autor. Destrinçando os conceitos de metodologia e de normalização, percorrem-se ao longo deste capítulo os principais institutos internacionais de normalização e até chegar às formalidades de apresentação dos trabalhos académicos e das suas múltiplas componentes (e.g., partes externa, interna e os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais).

A mais-valia que esta Coletânea patenteia dificilmente poderá ser mensurada pelo signatário e mesmo, quiçá, por um segmento considerável de académicos e de instituições formais de governação – máxime aquelas que, direta ou indiretamente, têm interesses e responsabilidades atendíveis nos apoderamentos da segurança – porventura, menos atentos ou sensíveis à sofisticação que este campo científico tem atravessado nos últimos decénios.

Aqui estão espessadas e pronunciadas as dimensões mais significativas desse processo evolutivo e que, no imediato, poderão ser fruídas para reclassificar e projetar o relevantíssimo papel das ciências policiais na mundividência ecuménica, quer enquanto ponto de confluência e irradiação de estratégias humanistas de aplicação da lei, quer como autênticas ‘cidadãs do mundo’, na revelação planetária de Plutarco. A externalização da segurança e a incontestável cosmopolitização do policiamento moderno, exigem novas lentes de observação e interação junto da sociedade global, cada vez mais acelerada, interligada e digitalizada, simultaneamente marcada pela incerteza e instabilidade. Indispensavelmente, esta nova forma de observar a realidade tem de ser multiangular, pluridisciplinar e arrumada metodologicamente de acordo com vários elementos heterogéneos que a incorporam, caraterísticas estas que lhe outorgam uma capacitação de análise única, uma amplificação do seu potencial holístico e um (maior) acomodamento das suas soluções ante as incomensuráveis ameaças ambígenas que grassam na contemporaneidade.

Esta Obra, nessora, arroga-se como uma balestilha de prolífica importância para determinar a latitude a que as ciências policiais se encontram e, nessa operação, para medir as estremaduras da segurança global. À luz do pentaedro das ciências policiais, circunspecto nos diferentes capítulos que disciplinam a fina orquestra entre o conceito, o objeto e o método de investigação científica a empregar neste campo peculiar do saber, adiantou-se expressivamente na concretização desse objetivo de monumental proveito para o bem-comum e para a humanidade, tendo por referência o conjunto de princípios certos que fundamentam esta vertente singular do conhecimento, devidamente secundada pelo amparo dos direitos fundamentais dos cidadãos, pela defesa da legalidade democrática e pela garantia da segurança.

E desta forma temerária – mas devidamente planificada em processos típicos, comprováveis e congruentes, de entre dissemelhantes órbitas do conhecimento que mais e melhor podem contribuir para o estudo científico da atividade policial e para a seguridade objetiva – se cartografaram postos avançados nos fluxos e os refluxos que enrolam a complexa fenomenologia antropocêntrica implícita às ciências policiais, propulsionada por relações  repentinas, causa-efeitos intempestivos e acontecimentos dedáleos e em duradoura transmutação. Este é o valiosíssimo legado científico com que Azor Lopes da Silva Júnior, Edson Benedito Rondon Filho, João Batista Da Silva, Paulo Jorge Valente Gomes e Wilquerson Felizardo Sandes nos obsequiam nas páginas que se seguem, cinzelando para a perpetuidade as ciências policiais, através da exímia conjunção dos cinco prismas inscritos neste diário de bordo coevo e inédito.

Omnes Omnibus.

 

 

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